Sobre uma pintura diária.
Hoje eu acordei cedo.
Eu simplesmente não conseguia mais dormir.
Levantei e fui cuidar da minha vida.
A minha vida!
A primeira lição foi que depois da dor, tudo tem um novo colorido.
Tudo mesmo.
Quando você passa muito tempo de olhos fechados para o mundo, seja se contorcendo de dor, seja chorando por alguém que não está mais do seu lado, tudo fica meio cinza.
Então, quando decide abrir os olhos e mudar, é o colorido voltando, ofuscando-o.
O prisma de uma nova jornada.
Era bem cedo quando decidi abrir a janela e olhar a rua lá fora.
Tive de sair.
O céu completamente rosa anunciava que as coisas estavam mudando. Rápido.
Não que não vá mais doer. Mas vai doer diferente.
Eu não pretendo mais fechar os olhos depois de ver o que vi.
Os pássaros orquestravam o novo dia que estava surgindo enquanto Deus ia aos poucos pincelando cores novas na tela do céu.
Deus é um artista.
Então, eu, finalmente lembrando que também existia, no meio de toda aquela beleza estonteante, tive de inalar o ar ainda limpo, ainda não viciado pelos motores e cigarros.
A liberdade penetrando as células e me prendendo a ela.
O verde, o rosa, o laranja, o azul, o branco, o amarelo e inclusive o próprio cinza me brindavam.
Dando alguns passos agradeci ao artista da magnífica obra por ter me presenteado com tudo aquilo. De certa forma, tudo era meu.
Foram apenas alguns minutos, mas o suficiente para me ensinar coisas que talvez nunca mais volte a entender.
Essa experiência me destruiu por completo, penetrou o mais profundo possível, dentro do meu ser, o que foi completamente necessário para moldar a nova pessoa que nasceu naquele momento.
E espero sair assim novamente de cada momento como esse, de cada conversa com você que está lendo, de cada livro lido, de cada filme visto, cada música ouvida, cada oração dirigida à Deus.
Torna a vida mais interessante. Um desafio. Uma aventura.
Eu realmente prefiro ser uma metamorfose ambulante.
Um sorriso!
Tenham uma boa semana!